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20 abril 2013

Trabalho e segundo filho

Estou escrevendo mais nem sabia se um dia iria publicar... mas me da mais conforto por para fora e para o mundo o que sinto e o que me corrói nos últimos dias (ou meses).

Gosto de trabalhar, tenho uma rotina boa, trabalho em escritório com ar condicionado, acesso a internet e telefone... trabalho a 15 minutos de casa, num local que não tem engarrafamentos (não muitos) e posso me dar ao luxo de dormir mais um pouco (chegar atrasada) e de estar com Laís pouco depois das 17h. 
Laís fica na creche.. se dá bem e é bem cuidada. Dorme, se alimenta e desenvolve. Brinca muito com os amiguinhos e faz muitas atividades. Na escola, o acesso a televisão é através de filmes infantis (que ela vê 1000 vezes e não enjoa)... mas é o quintal que faz a cabeça dela.

Um mundo perfeito... Só que não!!!

Estou insatisfeita desde a época da gravidez. Já tentei, me esforcei, mudei algumas coisas, mudei de posição...Acontece que não temos (eu e muitos iguais a mim) uma situação muito confortável de trabalho.  É complicado, uma coisa cultural e histórica enraizada em quase 20 anos.

Depois que Laís nasceu, eu me prendi a necessidade básica: salario!!! Dinheiro para sustentar e garantir algum conforto a minha filha. E assim consegui superar muitas coisas. Mas o cansaço e a tristeza de estar deixando Laís e ir para um lugar que eu não me sentia confortável foi crescendo. Só que a consciência e comodidade do lado bom da coisa, não me permitiu tentar mudar a situação antes. 

Desde que Laís nasceu eu tinha certeza que teríamos outro filho, tanto que muitas coisas já foram compradas pensando nisso. Mas eu precisava, na minha cabeça e organização doida, de uma prazo para curtir Laís e viver as fases mas intensas da primeira infância dela. Meu marco sempre foram as fraldas, o peito e a independência. E esse marco, nós já cumprimos.

Teoricamente, no meu ideal de planejamento familiar, o melhor seria eu engravidar esse ano. Aí a diferença não iria ficar muito grande ao ponto de perdermos o pique e a vontade, nem grande de mais para a convivência das duas crianças. Na teoria.

Na pratica o contrato do qual faço parte acaba esse ano e eu não poderia participar dessa transição se eu não pudesse ser demitida da empresa atual. Não poderia passar para um novo contrato estando de licença maternidade e consequentemente ficaria sem trabalho assim que esse período acabasse.

Até aí, seria só atrasar os planos em alguns meses e deixar seguir o curso do meu "planejamento". mas nunca é como queremos, né?!

Uma grande insegurança paira sobre essa mudança de contrato. Muito mais incertezas do que certezas, muito mais inseguranças do que seguranças. A grande duvida se teremos ou não continuidade dos empregos em um próximo contrato. O que torna tudo bem mais difícil.

Aí, nesses dias, tenho me sentido numa sinuca de bico: Ou corro atras para abandonar o barco agora, antes que afunde, e corro atras do mercado de trabalho para garantir uma posição e adio por alguns anos a vontade de outro filho. Ou acalmo meu coração e espero, deixo o barco correr e torço para que dê tudo certo, mas continuo "insatisfeita" (pensando que satisfação pode mudar) só que seguindo com o planejamento familiar. 

Daí começa um outro problema na minha cabeça, que me dá mais algumas opções. Ter outro filho e ficar sofrendo todo dia pq não sei como vou fazer, com quem vou deixar (pq a creche só pega depois de um ano e pq eu não quero mais perturbar ou depender de outras pessoas para uma responsabilidade que é minha). Depois que tiver com quem deixar: como deixar e continuar esse ritmo eterno de culpa por não estar perto, por deixar a criança e ir para um lugar que não está feliz.

Aí vem as outras opções: Largo tudo e tento a sorte montando um negocio ou trabalhando em home office (lembrando que minha profissão não tem uma grande gama que me permita fazer isso), o que me deixaria mais perto da criação e cuidados dos pequenos mas não me garantiria uma renda como tenho hoje. Ou largo tudo e vou viver como dona de casa e cortamos nossos gastos pela metade para marido sustentar a família (esse é a ultima da ultimas e ultimas opções). Ou bato a cabeça na parede até arrumar um solução.

O problema desse post é que eu ainda não tenho um solução no final dele... 

5 comentários:

  1. Que dilema heim Martha? Não pra agir só pelas nossas vontades, infelizmente, e isso acaba dando um nó na cabeça porque é preciso sempre avaliar todas as possibilidades, mesmo. Espero que consiga fazer a melhor escolha.

    Beijos e bom fim de semana!

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  2. Vixe, amiga....

    Que dilema mesmo!!!

    Eu estava muito certa de ter o segundo (e o terceiro) quando tive a Laura, até sofrer o que sofri (e ainda sofro) estando longe dela durante o dia inteiro, das 8h às 19h. Hoje em dia, se for para ter outro filho nesse esquema, eu prefiro não ter - e olha que eu sou a louca da maternidade e teria muitos, mas muitos filhos. Quero realmente 3 filhos, faço questão de ter o segundo, desde que seja em um esquema humano e não dolorido de sofrimento.

    É mto difícil ficar longe da Laura e por mais que eu queira e faça questão de ter outro filho, não será por ora, até eu conseguir um esquema melhor de vida - para mim, para ela e para o próximo baby.

    Quando as coisas mudarem, melhorarem e evoluírem, aí sim, terei o segundo filho, que virá! Mesmo que demore mais 3 anos, tudo bem. Quando eu puder deixar o trabalho ou trabalhar meio período ou ter uma saída (como vc tb precisa dela), eu terei o segundo filho (se for antes de eu entrar na menopausa, melhor)! =)

    Assim, nesse esquema louco e nada bom para mim (eu não me conformo ainda), não terei, embora queira MUITO!

    Tanto que meu marido talvez mude de emprego e, talvez (veja bem, talvez, mas nem comente no meu blog, por favor), eu consiga parar de trabalhar ainda este ano, se tudo der certo... e embora eu pudesse ter várias dúvidas na cabeça, a primeira coisa que perguntei foi: quando eu paro de tomar o anticoncepcional????

    =)

    Mas nada é certo... e eu vou esperar uma situação mais digna para mim. E para Laura.

    Beijos grandes, querida!!!

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  3. Bah, que dilema... eu não sei o que te dizer. quando engravidei dei uma de louca e mudei tudo, de vida, de cidade, de profissão. Fiquei os primeiros 2 anos com ele em casa, depois voltei a trabalhar em negócio próprio com o meu marido, foram escolhas super difíceis, ganho menos da metade do que já ganhei um dia, mas poder me dedicar e ficar com meu filho todas as manhãs compensa. Mas nem sempre é fácil, nem simples, nem sempre é legal. Vai da dinâmica familiar de cada um, da profissão de cada um... Eu se pudesse, faria tudo de novo com Arthur, mas em compensação ando com uma preguiça de ser mãe de novo... vai saber. :) beijos

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  4. Que coicindência! O assunto aqui em casa é o mesmo, rs.

    É difícil decidir né? Tanta coisa pra pensar e pesar.

    Mas aqui já decidimos!

    Beijo!

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  5. ... nossa!! .. a dias sinto meu coração doer, tenho uma filha de 1 ano, sinto uma falta enorme dela, ela é tudo q pedi pra Deus, um anjo em pessoa, mas me culpo todos os dias por ficar longe dela das 07:00 as 18:00, meu coração corta e corta ainda mais quando ela corre pros braços de outra pessoa, de certa forma percebo q ela esta sendo bem cuidada mas nao por mim (o que me deixa terrivelmente triste), quero a segunda e ate a terceira gravidez mas nao desse jeito, quero viver e curtir meus filhos e sinceramente nao queria q demorasse tanto ...

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