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28 agosto 2012

O tamanho da blogsfera e as amizades virtuais.

Eu tenho uma amiga... que nuca vi pessoalmente. Nós temos muitas coisas diferentes: Cultura, criação, religião, amigos, trabalho, carreira, geografia...

Mas por uma coisa do destino, nos esbarramos nos bites da vida, estávamos na mesma Blogsfera... e trocamos um e’mail.. e nos correspondemos, passamos a conversar pelo gtalk (que ERA liberado no trabalho).  Passamos a conversar todos os dias.  E decobrimos que tínhamos muito em comum...

Cada uma tinha uma filha que a tinha motivado a entrar na blogsfera. Tínhamos um blog materno. Nossas filhas nasceram no mesmo dia com 4 meses de diferença. Ela faz aniversário no mesmo dia de marido e um dia depois de mim. Sou exatamente 1 ano mais velha. Somos ligadas a números e trabalhamos com os números que mais interessam as pessoas. Gostamos de festas, de criar, de imagens e temos o mesmo senso em relação a “bom gosto”.

Hoje ela esta mais próxima de mim do que a maioria com quem divido a sala 8 horas por dia. Mas estamos, ela na Bahia e eu no Rio. E descobrimos como o Brasil é grande e como os correios são lerdos. Trocamos algumas caixas, pq agora as correspondências quando vão e vem tem tanta coisa que precisam ir em caixas.
Hoje nós tentamos montar uma sociedade a distancia (mesmo que criativa por enquanto). Nós compartilhamos as noites mal dormidas, as tensões pelas febres noturnas, pela desconfiança da creche, pela ansiedade em conquistar algo novo, pelo sucesso de consegui algo que queremos muito, pela compra de um item para a casa ou da boneca pela internet.

Eu me divirto muito e as vezes tenho que me policiar (pq se deixar batemos papo o dia inteiro e a coisa acumula sorry chef!). Nós rimos e brigamos, discordamos horrores... temos nosso assuntos tabus e falamos abertamente sobre eles..  Mas somos mulheres... então tbm temos nossas piadas internas, nosso momento fofoca, momento analise, momento 'vou explodir'...

Corujamos e reclamamos das nossas pequenas... Afirmo que mais corujamos do que reclamamos... e oh! na mesma medida.. é difícil saber quem é mais babona!!! E pior.. além das nossas, babamos uma na da outra...
Ela é assunto nas conversas da família e compartilha o docs do googe de tantos arquivos que “precisamos” dividir. Tenho maior orgulho de dizer que “aquela peça é criação minha e de minha ‘sócia’ lá da Bahia” (mesmo que nossas produções estejam paradinhas, paradinhas)!

Tem como dizer que ela não é minha amiga? Em como dizer que não se pode confiar em uma pessoa que está a centenas de km e que vc nunca viu antes...?

Se eu fosse encerrar o blog hj poderia dizer que ele SÓ me trouxe coisas boas. Além de todo o conhecimento, a maternagem ativa o “empoderamento” que aprendi e aprendo todos os dias na bogsfera.... essa rede me trouxe uma amiga, Minha querida amiga Emanoela, mãe da linda Sophia, do blog semi-enferrujado De mãe... para filha!!

Estendendo..... pq a blogsfera é um mundo.. 

MEODEUS!!!! O q conheci de gente bacana por aqui. Gente inteligente.. Gente divertida... pessoas completamente diferentes de mim... que me ensinam tanto e são tão presentes na minha vida...  (mesmo algumas nem lembrando o meu nome!)

Esse dias meu pai veio me contar de alguém do face.. e eu fiquei toda metida falando que tinha amigas (pq né, sei tanto delas quanto das minhas amigas próximas) de toda parte do mundo, no meu face... rá!!!

Ai... que num final de tarde de uma sexta feira recebo uma ligação! Um número estranho.. de São Paulo. Pensei logo: Ou é propaganda.. ou cobrança.. huahuahuaua

Daí do outro lado da linha tinha uma menina com a voz doce e umas gírias que eu só ouço nos programas de comédia (huahuahu) dizendo que estava ligando do telefone do “trampo”... que era para eu ir para casa tranquila que ela tinha entendido minha postagem... TEM COISA MARRR FOFA! Morremos de rir, as duas... !!!

Aí explico.. “conheci” de perto outra amiga, que é divertida e doce... mas é um furacão que fala mil coisas de cada vez.. Que eu tenho maior orgulho pq fui a primeira a comentar no seu blog... e acompanho de perto todas as travessuras de sua pequena, que como a minha, dá nome ao blog! Que tbm fico muito feliz com suas conquistas e me sinto quase da família!!!

Então que essa minha amiga, tinha escrito um post bem brabo e no mesmo dia eu falei sobe palavrões... daí que pareceu que estava falando dela.. ai ai os mau entendidos da comunicação!!!! Mal sabia ela q a desbocada da historia era eu!!!!

A minha amiga Si esta ficando cada vez mais próxima e cada vez mais presente... e eu fico mega feliz com isso!!!  Tem como não ficar feliz com uma pessoa que é mega querida na blogsfera, que se faz tão presente mesmo a muitos e muitos KM de distancia???

Estou aqui no Rio, estou lá na Bahia, em São Paulo.. depois Volto pro Rio.. dô um pulinho em SC, outro em BSB. Vou em POA e em Natal... parto para Austria, para Cingapura, para o Canadá e para Barcelona.

Quando, em outros tempos, eu ia pensar que isso seria possível e tão presente na minha vida. E que era possível eu estar tão próxima de pessoas tão distantes? Eu só precisava conhecer uma presença que não precisa ser física. E a blogsfera me mostrou isso!

24 agosto 2012

Palavrão

O que é um palavrão se não uma palavra grande?

Inconstitucionalissimamente (é até dificil de escrever) sempre foi parte das brincadeiras infantis.. e Até hoje é.. agente já brinca de ensinar Laís dizer isso.. (q se não fosse o Aurélio, eu nem saberia o q é).

No nosso querido Winkipédia, tem um post sobre isso.. confere .

Mas não... não é sobre palavras grandes que vim falar hoje.

Palavrão lá em casa, quando eu era criança, era quase comum. Não vivíamos em uma casa de desbocados. E era terminantemente proibido repetir, mesmo que baixinho, qualquer um deles. Até hoje fico sem graça de soltar um PQP perto do meu pai. Massssss... minha mãe nunca se inibiu de soltar uma alto e sonoro PQP quando agente fazia alguma M. (nem outros em outras situações especificas)

Tinha os mega proibidos, que nem ela falava. Mas que aprendemos com os amiguinhos da rua rapidinho. Mas que tbm éramos espertos o bastante para não repetir na frente dos meus pais ou de qualquer adulto.

Só que já sou moça adulta...  e moça adulta que tem seu dias cinzas e seu momentos negros.. E, não me orgulho disso (na verdade nem ligo, rá), mas quando fico com raiva, meu palavriado baixa consideravelmente. Juro que não é de proposito.. e não ofendo ninguem, sou bem educada, lembram?

Assim..
Hoje é um dia que o mal humor está atacado. #fato1
Quando estou assim, minha paciência fica estreita. #fato2
Leio, ouço, vejo coisas que me tiram do serio #fato3

Aí F*, penso 10 palavrões por frase!! De verdade. E se vc vier falar comigo.. mesmo que seja harmoniosa, nossa conversa... eu vou soltar alguns!!! Eles são libertadores nesses dias!!!

Claro que sou educada e responsável o bastante para saber onde falo e com quem falo... até pelo pc.. se sinto muito a necessidade de falar, peço desculpas antes... (viu Manu).

E o que isso tem haver com Laís....

Fora o dia que ela falou uma méda, quando era bem pequenininha, eu não me lembro de Laís repetindo ou falando algum palavrão sequer... nem quando esta com raiva, nem quando esta frustrada... Ela não não tem contato com meus rompantes.. e, fora os jogo do Flu, marido tbm tenta se controlar.

Eu poderia deixar passar isso em branco... e deixar minha imagem de mãe centrada se perpetuar pela rede (só que não).. mas numa conversa hoje, percebi que isso pode ser importante registrar.

Nossa vida muda muito.. vira meio q de cabeça para baixo depois que nos tornamos pai e mãe. Aprendemos a passar para nossos filhos muito do que aprendemos e vivemos na nossa infância e conseguimos mudar muitas coisas do nosso dia-a-dia, sem que isso seja uma grande sacrifício.

Acho muito feio criança falando palavrão. Na verdade até adulto falando é feio. Acho que adulto tem que saber se portar e principalmente se portar para uma criança e na frente de uma criança.

Mas... para ser bem sincera, tudo tem seu contexto e seu momento.. e um PQP bem dito pode ser renovador - tipo naquela hora que vc dá uma topada com o dedinho mindinho... PQP! Um vai se F* (mesmo que interno) pode ser libertador... na hora que lhe perguntão pela milésima vez aquela coisa que não diz respeito a mais ninguém além de você.

Texto confuso... mas.. hoje o dia esta assim!
Puta merda!!! (hihihi) não resisti.. mas foi só um!
Hoje eu estou impossível.. então se vc estiver andando pela rua e ver uma pessoa com balõezinhos com vários $%#%$# na cabeça, não se espante!
Bom final de semana a todos!!!

23 agosto 2012

A bela do dia dos pais!

Então que passou o dias dos pais.. e esse ano não teve surpresa como no ano passado. Nem teve lembrancinha.. nem nada de mais. Não por maldade (ou por ter ficado mais um dia das mães a ver navios!), mais por falta de tempo e de conseguir um esquema de ir no shopping e comprar o presente que eu queria, sem que marido visse...

Mas ainda tinha a escolinha. O problema é que se fosse se basear na festinha do dia das mães e no presentinho, era melhor nem esperar muito. Para piorar a situação a festa foi cancelada uma hora antes do inicio (muito feio para a cara deles).

Dai que a festa foi remarcada para sábado passado. Só que Laís e marido não foram (nuvem cinza, sabe?!)

A grata surpresa veio na segunda quando fomos buscar Laís: uma linda foto em 15X21 e uma caneca personalizada com fotinhas. #morrimilvezes

Como assim me dão um presente mixuruca de pendurar pano de pratos - que virou brinquedo para Laís, e dão para marido uma foto da minha modelo lindona toda trabalhada no cabelão e no glamour????

Marido ficou todo bobo!!! Mas só por alguns minutos!

A caneca Laís tratou de dizer que é dela. Se tem a foto dela é pq é dela, correto??? Ela tbm achou!

E a foto.... esta coladinha na divisória da minha mesa de trabalho!!! Rá!!!!

P.s1: Essa criança tem 2 anos e 7 meses e não uns 4 como aparenta na foto;
P.s2: Ela está de batom, o que gerou um certo incomodo lá em casa. Mas relevei, até pq, não tinha jeito!
P.s3: Eu não sabia da foto, então ela foi de cabelo todo desgrenhado para a escola.
P.s4: Minha filha é linda, né não??? Ainda não sei pq não to arrumando uma grana agenciando ela como modelo.. huauahuuahuah

O mais importante... marido está providenciando meu presente de dia das mães atrasado!!! Ops.. eu estou providenciando o presente dele!!! ehehehehe

Dia dos pais é todo dia, né não.. e o maior presente esta ali.. naquela foto!!! (desculpa de quem esta mais querendo ganhar, do que dar presentes!!!)

22 agosto 2012

Não consigo esperar pelo desmame natural?

(juro que é a ultima vez que falo disso aqui.. pelo menos até ter sucesso e encerrar nosso ciclo! Então se você não aguenta mais ouvir uma mãe de uma quase criança falando sobre amamentação, te espero carinhosamente no próximo post!)

Quando escrevi o primeiro post sobre desmame, na outra semana, eu estava indo de dias terríveis. De noites em claro de acordar mil vezes e de Laís me “sugar” como se não tivesse amanha e se fosse um RN.

Estava/estou cansada. E naquele dia esta a mil, exausta, irritada, com TPM no Maximo! (o que não foi de todo ruim, pq, modéstia aparte, adorei meu texto! Huahuahu)

Naquele dia Laís não mamou de manhã. Tbm não mamou quando peguei ela na escola, nem durante o período da noite. Brincamos, conversamos. Jantou, brincou mais e mais um pouco. Depois já tarde começou a chorar para dormir.. dei banho e o peito (marido não ia encarar fazê-la dormir) em 5 minutos ela dormiu.

No dia seguinte igual, com a diferença que ela tomou um tombão e não precisou do peito para acalmar.

No outro tivemos um problema e ficamos em casa. Ela mamou assim que acordou, mas passou o dia sem mamar, inclusive dormiu a tarde sem mamar. Deitou no colo do pai e dormiu. A noite mamou para dormir.

Assim seguimos até a sexta e eu fiquei muito empolgada. Nessa semana ela dormiu todos os dias a noite toda.

Mas chegou o fds e ficamos juntas todo o tempo. Já não lembro mais pq, mas marido estava. E quando estava, não estava propriamente disposto a encarar o tranco.

Começou outra semana, que foi mais intensa no trabalho. Então eu tbm não estava com  a maior das disposições. Na segunda fui fazer um programa mulherzinha e Laís foi comigo.. no meio dele se encheu e começou a chorar... Apelei pro peito e ela dormiu.

Nos outros dias... seguimos sem a mamada da manhã e diminuímos muitos as mamadas do final da tarde e intervalos da noite.

Nessa semana, regredimos.

Eu estava cansada. Sem disposição para encarar ela acordando de madrugada e isso tinha voltado a acontecer desde o final de semana. Trouxe ela para a cama e ela voltou a pedir de madrugada.

No fds voltamos ao ritmo de antes. Ela estava com virose e muita diarréia e, apesar de ela esta se alimentando muito bem, eu tive medo de desidratação.

Começamos a semana ainda com a diarréia, mas sem a mamada da manha. Mas as noites voltaram a ser insuportavelmente cansativas.

Hoje não agüentei e cedi de manhã.

O que tiro disso:

O texto que postei na segunda me ajudou muito a confirmar o q sempre acreditei: a coisa não precisa ser traumática, não precisa haver ruptura e é preciso ter disposição para encarar e para voltar atrás.

A nossa primeira semana me mostrou que é possível. Podemos terminar essa fase da mesma forma que ela começou: Intensa e difícil, porem com tranqüilidade e carinho para nós duas.

NECESSITO da ajuda e empenho de marido nessa empreitada. Consigo driblar ela, sem precisar enganar e mentir. Mas preciso ter disposição para isso (ninguém disse que seria fácil). Só que para dormir, não consigo. Preciso de um suporte.

Ela entende o que esta acontecendo e posso conversar com ela sobre isso. Ela se diz menina grande, mas quando falamos do peito ela se diz nenemzão. Entende que está grande e que o peitinho de mamãe esta acabando.

A mamadeira está sendo uma aliada.  Mas pensei muito e tirei-a de cena. Substitui pelo copo de transição que ela já usa desde os 7 meses (não o mesmo, claro!). Apelei, em principio para a mamadeira por causa do bico.. sei lá. Mas cheguei a conclusa que seria regredir.

O apoio de mais alguém tbm é importante. Como o ped falou, ela precisa se distrair. Então assim que conseguir a primeira noite sem mamar, vou seguir para a primeira noite sem ela em casa e deixá-la na minha mãe.

Proximo objetivos:

Repetir o sucesso da primeira semana.

Insistir durante a madrugada até que voltemos a dormir igual gente normal.

Tirar gradualmente as mamadas noturnas (que nesse momento devem ser só para dormir)

Bater no marido (brincadeirinha) Conseguir disposição do marido nos momentos que é preciso que Laís se distraia de mim.

Conversar na escola e pedir que falem sobre isso de forma sutil (grande problema).

Nunca deixar de levantar essa bandeira, passando minha experiência mas entendendo que cada realidade é uma realidade diferente.

E principalmente...
Dar muito amor e carinho, dengo, atenção, colo, mimos, ceder, impor, conversar, educar, ensinar... fazer o que é o meu papel como mãe da Laís!

20 agosto 2012

Desmame - Sociedade Brasileira de Pediatria.

Oi pessoinhas queridas! Vida mais ou menos tranquila por esses dias... então a programação esta de volta ao normal!!!!

Antes de dizer como nós estamos, resolvi compartilhar com vcs esse texto que achei no site da Sociedade Brasileira de Pediatria que reflete muito do que acredito e muito do que estamos vivendo nas ultimas semanas.

Desculpem ser mega ultra repetitiva e só falar sobre isso ultimamente.. mas estamos vivendo isso tão intensamente esses dias, que não tem como falar de outra coisa. Fora que sempre tenho a sensação que posso ajudar outra pessoa, compartilhando nossa experiência.

**
O homem é o único mamífero em que o desmame (aqui definido como a cessação do aleitamento materno) não é primariamente determinado por fatores genéticos e instinto, sendo fortemente influenciado por fatores socioculturais. Hoje, ao contrário do que ocorreu por pelo menos dois milhões de anos, ao longo da evolução da espécie humana, a mulher opta (ou não) pela amamentação e, influenciada por múltiplos fatores, decide por quanto tempo vai (ou pode) amamentar. Muitas vezes, as preferências culturais (não amamentação, introdução precoce de outros alimentos na dieta da criança, amamentação de curta duração) entram em conflito com a expectativa da espécie...
...
Atualmente, em especial nas sociedades ocidentais, a amamentação é vista primordialmente como uma forma de alimentar a criança, sob o controle total dos adultos. Assim, perdeu-se a percepção da amamentação como um processo mais amplo, complexo, envolvendo intimamente duas pessoas e com repercussão na saúde física e no desenvolvimento cognitivo e emocional da criança, além de repercussões para a saúde física e psíquica da mãe. Hoje, em muitas culturas “modernas”, a amamentação prolongada (cujo conceito varia de acordo com a “convenção” da época e do local) freqüentemente é vista como um distúrbio inter-relacional entre mãe e bebê. Perdeu-se a noção de que o desmame não é um evento e sim um processo, que faz parte da evolução da mulher como mãe e do desenvolvimento da criança, assim como sentar, andar, correr, falar. Nesta lógica, assim como nenhuma criança começa a andar antes de estar pronta, nenhuma criança deveria ser desmamada antes de atingir a maturidade para tal. Em harmonia com esta linha de pensamento, Dr. William Sears, um antigo pediatra, recomendava “Não limite a duração da amamentação a um período pré-determinado. Siga os sinais do bebê. A vida é uma série de desmames, do útero, do seio, de casa para a escola, da escola para o trabalho. Quando uma criança é forçada a entrar em um estágio antes de estar pronta, corre o risco de afetar o seu desenvolvimento emocional”...

... Segundo diversas teorias, o período natural de amamentação para a espécie humana seria de 2,5 a sete anos. Atualmente, a Organização Mundial da Saúde recomenda aleitamento materno por dois anos ou mais, sendo exclusivo nos primeiros seis meses. Apesar dessa recomendação, muito poucas mulheres no Brasil amamentam por mais de dois anos. As razões para a não amamentação prolongada variam desde dificuldade em conciliar a amamentação com outras atividades, até crença de que aleitamento materno além do primeiro ano é danoso para a criança sob o ponto de vista psicológico. Uma parcela de mães, apesar de demonstrar desejo em continuar a amamentação, sente-se pressionada a desmamar por profissionais de saúde, seus maridos, parentes, vizinhos e amigos. Pois, para a manutenção do paradigma que sustenta a afirmação de que amamentação prolongada não é natural, foi necessário criar vários mitos tais como o de que uma criança jamais desmama por si própria, que a amamentação prolongada é um sinal de problema sexual ou necessidade materna e não da criança e que a criança que mama fica muito dependente. Algumas mães, de fato, desmamam para promover a independência da criança. No entanto, é importante lembrar que o desmame provavelmente não vai mudar a personalidade da criança. Além disso, o desmame forçado pode gerar insegurança na criança, o que dificulta o processo de independização.

O desmame pode ser agrupado em quatro categorias básicas: abrupto, planejado ou gradual, parcial e natural. Sob a ótica de que o desmame é um processo de desenvolvimento da criança, parece razoável afirmar que o ideal seria que ele ocorresse naturalmente, na medida em que a criança vai adquirindo competências para tal. No desmame natural a criança se auto-desmama, o que pode ocorrer em diferentes idades, em média entre dois e quatro anos e raramente antes de um ano. Costuma ser gradual, mas às vezes pode ser súbito, como por exemplo em uma nova gravidez da mãe (a criança pode estranhar o gosto do leite, que se altera, e o volume, que diminui). A mãe também participa ativamente no processo, sugerindo passos quando a criança estiver pronta para aceitá-los e impondo limites adequados à idade.

Sinais sugestivos de que a criança está madura para o desmame
• Idade maior que um ano
• Menos interesse nas mamadas
• Aceita variedade de outros alimentos
• É segura na sua relação com a mãe
• Aceita outras formas de consolo
• Aceita não ser amamentada em certas ocasiões e locais
• Às vezes dorme sem mamar no peito
• Mostra pouca ansiedade quando encorajada a não amamentar
• Às vezes prefere brincar ou fazer outra atividade com a mãe ao invés de mamar

É importante que a mãe não confunda o auto-desmame natural com a chamada “greve de amamentação” do bebê. Esta ocorre principalmente em crianças menores de um ano, é de início súbito e inesperado, a criança parece insatisfeita e em geral é possível identificar uma causa: doença, dentição, diminuição do volume ou sabor do leite, estresse e excesso de mamadeira ou chupeta. Essa condição usualmente não dura mais que 2-4 dias.

Vantagens do desmame natural
• Transição tranqüila, menos estressante para a mãe e a criança
• Preenche as necessidades da criança até elas estarem maduras para o desmame
• Fortalece a relação mãe-filho
• Ajuda a mãe a ser menos ansiosa com relação aos estágios de desenvolvimento de seu filho

O desmame abrupto é desencorajado, pois se a criança não está pronta, ela pode se sentir rejeitada pela mãe, gerando insegurança e muitas vezes rebeldia. Na mãe, o desmame abrupto pode precipitar ingurgitamento mamário, bloqueio de ducto lactífero e mastite, além de tristeza ou depressão, por luto pela perda da amamentação ou por mudanças hormonais.

Muitas vezes a mulher se depara com a situação de querer ou ter que desmamar antes de a criança estar pronta. Nesses casos, o profissional de saúde, em especial o pediatra, deve respeitar o desejo da mãe e ajudá-la nesse processo.

Encorajando o bebê a desmamar: facilitadores 
• Mãe segura de que quer (ou deve) desmamar 
• Entendimento da mãe de que o processo pode ser lento e demandar energia, tanto maior quanto menos pronta estiver a criança 
• Flexibilidade, pois o curso é imprevisível 
• Paciência (dar tempo à criança) e compreensão 
• Suporte e atenção adicionais à criança – mãe não deve se afastar neste período 
• Ausência de outras mudanças ocorrendo
• Sempre que possível, desmame gradual, retirando uma mamada do dia a cada 1-2 semanas.

 A técnica utilizada para fazer a criança desmamar varia de acordo com a idade da mesma. Se a criança for maior, o desmame pode ser planejado com ela. Pode-se propor uma data, oferecer uma recompensa e até mesmo uma festa. A mãe pode começar não oferecendo o seio, mas também não recusando. Pode também encurtar as mamadas e adiá-las. Mamadas podem ser suprimidas distraindo a criança com brincadeiras, chamando amiguinhos, entretendo a criança com algo que lhe prenda a atenção. A participação do pai no processo, sempre que possível, é importante. A mãe pode também evitar certas atitudes que estimulam a criança a mamar, por exemplo, não sentar na poltrona em que costuma amamentar. 

Algumas vezes, o desmame forçado gera tanta ansiedade na mãe e no bebê, que é preferível adiar um pouco mais o processo, se possível. A mãe pode, também, optar por restringir as mamadas a certos horários e locais.

As mulheres devem estar preparadas para as mudanças físicas e emocionais que o desmame pode desencadear, tais como: mudança de tamanho das mamas, mudança de peso e sentimentos diversos tais como alívio, paz, tristeza, depressão, culpa e arrependimento.

Já se avançou muito na valorização do aleitamento materno nos últimos tempos. A recomendação da duração da amamentação passou de 10 meses na década de 30 para dois anos ou mais nos dias de hoje. Atualmente, fala-se em desmame natural como a forma ideal de desmame, sem especificar uma idade mínima ou máxima para que esse processo ocorra. Apesar desse avanço ainda estamos longe de encararmos o desmame como um marco do desenvolvimento da criança. Para chegarmos a este estágio, faz-se necessário entender e enfrentar as circunstâncias que, segundo Souza e Almeida, “ultrapassam a natureza e desafiam a cultura e a sociedade”

** Elsa Regina Justo Giugliani
Pediatra, professora da Faculdade de Medicina da UFRGS, presidente do Departamento de Aleitamento Materno da SBP, Especialista em Aleitamento Materno pelo IBLCE (International Board of Lactation Consultant Examiners)

14 agosto 2012

Uma pequena pausa

Pequena mesmo.. juro!!!

Estou numa semana complicada no trabalho... muito trabalho, muito volume de coisas para fazer.. e principalmente para pensar e analisar.. então não consigo mudar o foco e perco toda inspiração...

A noite vejo as atualizações das amigas e vizinhas, mas como vejo pelo celular, pouco comento...

Mas estou aqui, viu! Já está terminando!!!

A coisa da amamentação/desmame natural/não natural, segue ( não sei em que passo, mas segue!)

Espero voltar com novidades e corujisses logo!

09 agosto 2012

Leite é vida - Blogagem Coletiva

Coincidentemente minhas postagens dessa semana são sobre amamentação. A amamentação da minha pequena, que já dura 31 meses a serem completados (?) nesse sábado.  Coincidentemente, ou não, semana passada foi a Semana Mundial do Aleitamento Materno. E nessa semana eu recebi um convite da Nívea, para participar de uma Blogagem Coletiva.

A intenção da blogagem é contar alguma coisa sobre amamentação (ou alimentação, já que tbm vale para quem não teve muito sucesso nessa relação) e incentivar as doações aos banco de leite espalhados por todo o Brasil.

Fiquei pensando.. muito, sobre o que eu ia postar... Essa esta sendo uma semana "marcante" para mim em relação a amamentação. Mas falo muito sobre a amamentação prolongada, quando a coisa esta mais no controle. Daí que resolvi falar sobre o inicio e sobre os produtos e dicas que me ajudaram a ter força e firmeza para seguir com a amamentação.

* Antes que falem alguma coisa, esse post não é publieditorial. Não estou ganhando, nem ninguem me pediu para falar sobre esses produtos. E eles podem ser de qualquer marca, só que ganhei esses, então é deles que posso falar.

Pouco tempo antes de Laís nascer, a irmã do padrinho de Laís, que é pediatra, me deu de presente uma bolsinha com algumas pomadas e alguns produtos da marca amamente. Eu não sabia muito o que eram. Dei uma pesquisada por alto e não me informei mais a fundo sobre eles e amamentação em si.

Meu leite demorou longos 4 dias para descer. Até isso acontecer Laís chorou e berrou muito, tadinha.. e eu morria de medo da hipoglicemia.. de ela dormir e dormir e dormir sem se alimentar. E seguindo orientações da pediatra, quando eu sentia que o negocio estava muito escaço, eu dava 30ml de LA #pausa a orientação na verdade era para que eu desse toda vez que fosse amamentar, mas eu não fiz isso, pq mesmo só com o colostro eu sentia que tinha vezes que ela se saciava, outras vezes não. #despausa E sentia tbm que se não fizesse aquilo, ela ia desistir de puxar (pq era mais fácil o da mamadeira do que do peito, que não saia) e aí meu corpo não ia entender que eu precisava produzir aquilo para alimentar minha filha. Pode ser loucura minha... ou não, mas acredito piamente que esse foi o primeiro passo para o nosso "sucesso".

Então... logo que o leite desceu e a fome da pequena aumentou, meu "sofrimento" começou e vi nos produtos da Amamente um alivio para minhas dores.

Foram quatro produtos:



Só comecei  a usar depois que Laís nasceu. Eu usava mais para proteger o bico do peito do contato com a roupa. Ela é muito nos casos de mamilos invertidos, curtos ou planos e podem ser usadas a partir do 6º mês de gestação. Eu não tive problemas com o bico do seio, fora a queimação do contato com a roupa. 
Por ele ter a base rigida ele me incomodava muito quando o peito enchia muito. Com o tempo parei de usar.



Essa eu usei de gastar. A base é macia e o excesso de leite vai caindo no recipiente. O bom é que tbm impede o contato com a roupa e realmente não deixa o leite empedrar, pq vai saindo o excesso do leite. De pendendo do tempo. Logo no inicio eu chegava a armazenar o leite que saia nessa concha. Tive muito leite só nos primeiros dias, ou semanas, e vazavam e enchiam bem. E tbm feria horrores, então erra concha virou minha paixão.



Então.. veio no kit. Mas confesso que não me serviu. As vezes que usei fiquei atrapalhada, derrubei o troço na rua, vazava pelos lados.. e eu tinha nojo. Fora que era mais uma coisa para ficar roçando no bico ferido.  



Se a concha antiempredamento foi minha paixão... esse foi meu amor.  Na verdade comecei a usar os produtos por causa dele. Na primeira vez que Laís golfou sangue, a pediatra falou desses bicos. Fui sem medo de ela se acostumar (mas depois quando parei fiquei com medo de ela não gostar no bico em pele). Ele me ajudou a diminuir com as fissuras e feridas. Ajudou na cicatrização, já que eu não precisava tirar a pomada para amamentar. Posso definir meu inicio de amamentação como em antes e depois do bico. 
Muita gente vira a cara para ele, por conta de não ser natural, de acabar acostumando a criança do o bico artificial. mas assim, o que importa não é o alimento? Ela estar alimentada e eu sem dores? Então... ele é um belo apoio.

Pomada Mater Care


Essa pomada veio em amostras grátis no kit. Antes eu usava outra, a indicada pelo médico para a preparação do bico. Comecei usando a antiga.. era o mesmo que passar água (com a diferença que água refrescava). Daí passei para a mater care... olha.. não tenho do que reclamar. Muito indicavam uma importada, que é mais cara não que essa seja barata, mas acho que essa não perde em nada. A cicatrização melhorou muito depois que passei a usá-la. A sensibilidade tbm diminuiu. o Uso dela, junto com os outros produtos foi fundamental para que a dor parasse e para que o tormento virasse prazer de amamentar.

Crendices populares

Casca de banana, peitcholas ao sol, água quente. Compressa quente para estimular a produção e fria para evitar empedramento. E todas mais que indicavam... Se ajuda? Não sei... mas o que custa já que se está na chuva?

Alimentação

Eu comia igual peão de obra. Sabe.. uma pessoa esfomeada? Era eu.. desde a comida grossa até as besteiras. Evitava leite e alguns derivados em excesso, evitava verduras escuras. Refrigerante foi cortado a zero (sofrimento). Bebia mais de 2 litros de água por dia (muito importante), o que para uma pessoa que normalmente bebe pouco mais de dois ou três copos é muita coisa. E de resto comia tudo que pintasse pela frente.

Acho q a intenção dessa blogagem era compartilhas experiencias para tentar diminuir as duvidas e as barreiras que são criadas em torno da amamentação e tbm para incentivar a procura pelos bancos de doações de Leite Materno. 

Eu fiquei sabendo desses centro bemmm depois de todo meu "tormento" no inicio da amamentação. Mas sei que mais que receber as doações eles orientam sobre a pegada certa, o tempo em cada mama, como fazer para não empedrar... Numa próxima vez, quem sabe... não faço uma visita! rs

*




Essa é uma blogagem coletiva proposta pela Nívea Salgado do blog Mil dicas de mãe para incentivar a doação de Leite materno aos bancos de Leite no Brasil.

07 agosto 2012

Não consigo esperar pelo desmame natural - Decisão e dificuldade

Meu outro post não pretende desmotivar ou influenciar ninguém a não seguir a amamentação prolongada. Muito pelo contrario. Todos os dias eu tento, com a minha experiencia, mostrar as mil e uma vantagens da amamentação prolongada. Mostrar as vantagens de seguir com amamentação exclusiva até os 6 meses. Que a criança não precisa de nada alem do Leite materno. Que depois a papinha é complemento do peito e não ao contrario... e que o momento é magico.

Mas não é fácil. Não é comercial do MS. E depende muito da vontade, da pesquisa, das orientações recebidas, de sorte (pq não), de bancar, de sentir dor e de achar que tudo aquilo vale a pena... E VALE!

Só q minha vibe para esse bebezico (que já é menina quescida) já passou. Estou cansada, quase exausta.

Quando isso começou e tomei a decisão que não funcionaria esperar pelo desmame natural (pq ele é possível, só requer muito mais paciência do que disponho nos últimos meses), que a coisa teria que ser mais drástica. Só que eu não estava afim de mentiras (tipo: peito machucado, colocar babosa.. essas coisas) nem me achava capaz de bancar o escândalo que Laís faria. Nem tinha, até o momento, a compreensão dos outros que isso dependeria, não só da minha vontade, mas de ajuda.

Decidi... e voltei atras!! Eu ainda não estava pronta.

Entrei de férias e decidi que seria naquele momento... e voltei atras, pq passamos dias otimos juntas, conseguimos avançar em outros pontos que estavam pendentes (a cama e a cadeirinha).

Na verdade, decidi que ia levar enquanto desse... e que talvez a coisa do desmame natural rolasse lá em casa.

Acho q no fundo eu tenho medo.

Medo de perder essa relação. Medo de como Laís vai reagir. Medo dela ficar magoada comigo, de não querer mais meu colo. Medo do escândalo que ela vai fazer. De ver ela chorando de solução e não ir lá, simplesmente tirar as peitcholas e consolar. Medo de marido não segurar as pontas na hora de fazer dormir... de ficar indo e voltando, eternamente essa decisão/indecisão.

06 agosto 2012

Não consigo esperar pelo desmame natural - as cores!

Sou adepta da Amamentação prolongada. Levanto e "sacudo" a bandeira, mas não sou ativista. Não acho que seja um mundo cor de rosa, muito pelo contrario... é quase uma aquarela. Os momentos rosas são lindos, puramente lindos. Mas ficam quase ofuscados por tantos outros momentos.

Primeiro tem a fase vermelha, que vc amamenta chorando (de dor, não de amor, baby!) e o bebe coloca para fora aquela linha de sangue que ele mamou da rachadura do seu peito. E dói.. muito! Apesar de minha memória ter ficado seletiva com os momentos ruins, tenho muitas coisas para me lembrar do quanto foi dolorido. E passa pomada, coloca silicone, coloca no sol, esfrega com bucha, coloca casca disso e daquilo...

Tem aquela fase roxa (de raiva) em que, no inicio, tentam te convencer que o seu leite é fraco e não vai "sustentar" a fome da criança. E querem dar chá, suco, passar coisas salgadas e DOCES na boca da criança. Aí vc briga com metade da familia e supera esse momento.

Tem a fase marrom, quando vc volta a trabalhar e as papinhas entram em cena. Eu senti o ciumes da comida, mais a dor na hora da ordenha e ainda tinha o mundo, sempre ele, dizendo que meu leite não servia mais de nada.

E aí a criança passa de um ano. E começa a ter dentes. E passa a ter dependência. E todo mundo te olha torto por aquele bebê "grande" mamando ainda (esse olhar acompanha até o fim a partir daqui). E seu tempo é cada vez menor, pq a criança demanda cada vez mais um tempo de qualidade e de atividades. Mas ela não quer deixar de mamar, não quer perder aquele aconchego do peito. E vc fica meio que deixando a coisa seguir. Não é ruim.. é bom... mas não é ótimo. E uma fase mais verde.

Só que ela passa.... os dois anos que são o recomendado pelo Ministério da Saúde. E daí vc passa a ser um E.T. dentro da sociedade. Na blogsfera é quase normal, quase pq mesmo aqui não é tão facil assim. Mas no "mundo real"... nesse sim.. te pintão de neom laranja.... bem florescente mesmo.

Fora que junto com essa fase nenom, para mim veio a negra. A fase em que o prazer e a satisfação não são maiores, nem iguais ao desconforto.

Essa fase traz uma briga interna. Uma hora eu penso que não me custa, que faz bem a ela e que é natural. Que é nossa ligação, nosso elo e nosso momento e que logo eu vou sentir falta. Mas...

Na hora seguinte, penso que minha coluna já não aguenta o peso dela deitada no meu colo ou toda torta para "encaixar" ela no peito na hora de dormir. Que o objeto de transição ser o bico do meu peito dói para &%$¨%*& e que ele não é feito de elástico. Que não é possível ela estar com sede/fome 5 minutos depois de almoçar muito bem. Que colocar as peitholas para fora de meia em meia hora já não é mais divertido agora que ela resolveu mamar igual a um RN. Que continuar acordando de madrugada, sendo que isso nunca foi necessários nos primeiros 2 anos. Ouvir todas as pirraças e birras e choros fingidos e choros sentidos de uma criança, que normalmente é um doce (e todo mundo elogia) só pq ela quer a P do pietinho AGORA.

To sem estrutura para essa fase negra.