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01 junho 2013

Relato de Nascimento de Laís - Parte 1

Assunto difícil, complexo e complicado. Difícil pelo nome, pelos rótulos e pelas lembranças. Complexo pq envolve uma briga entre o conhecimento que eu tinha na época e o conhecimento que eu tenho agora. E complicado pelas verdadeira praças de guerra pela blogsfera e internet a fora por conta da forma de nascimento de um ou de outro.

Não vou fazer ativismos ou defender lados, até pq não tenho conhecimento de causa para isso. Não pesquisei a fundo, não ouvi pessoa o suficiente para fechar uma conclusão. Em fim... vou trazer, depois de mais de 3 anos de blog, como foi o dia do nascimento de Laís e como chegamos lá.  E quem sabe fazer alguma conclusão disso tudo para que numa próxima vez seja diferente. Nem melhor, nem pior.

Mais uma coisa. O título do post não está escrito relato de parto e é de propósito. Acho que independente da forma como foi o parto, o que importa é a forma que o bebe nasce e o respeito, cuidado e carinho que se tem nesse meio.

*Pode ser que o post fique grande demais (todos já estão acostumados com meus testamentos). Se eu achar necessário, divido em dois, pode ser?!!! Adorooo!!!!

****

Laís nasceu no dia 11/01/2010 às 11:10 da manhã depois de uma cesariana que durou (na minha memoria), no máximo, meia hora . Mas até chegar ali, muita coisa rolou.

Como li um p* texto essa semana sobre pré-natal humanizado no MMqD, acho super valido, começar meu relato pelo começo, na escolha do ator principal da brincadeira, ou deveria ser coadjuvante??? rsrsrs

Em fim... Descobri que estava gravida (já tinha um pedido de exame Beta feito por um Gineco super  recomendado, mas que confundiu o feto com um cisto, uma semana antes) mas não tinha ideia de come seria dali para frente. No trabalho todo mundo falava de um médico de Petrópolis que, ainda hoje, é tido como Santo por muita gente. Pq é calmo, explica, não sai metendo a faca ou sai dependendo da ótica de quem está falando.... em fim. Ô médico, ô cara. E eu que era louca de querer uma médico diferente disso. 

A esposa do chefe era paciente, meia duzia de amigas tbm, então não foi das tarefas mais difíceis conseguir uma vaga na lotadíssima agenda dele (na verdade só consegui ir pq a filha do chefe desistiu de sua consulta, rá). 

Na primeira consulta tive a melhor das impressões. Calma, sem "taxímetro" ligado, respondendo as duvidas que eu tinha. Passou alguns exames de rotina e pronto. Assim saímos da sala. E assim foram todas as consultas nos 6 meses seguintes. 

Ele não era um médico ruim. Nunca vou achar isso. Nem era grosso ou me tratava como idiota (algumas vezes sim, mas prefiro acreditar que sempre se fica meio idiota na primeira gestação - tipo querendo que o bb enxergue a luz da lanterna focalizada na barriga #eufiz, e ele respondeu rindo que era mito). Mas, com a experiencia, vejo que ele me ajudou muito a focar a gravidez no hoje, tipo: "não vou pensar em parto, amamentação, baby blues, finanças falidas. Vou pensar na gravidez e na alimentação e em ganhar pouco peso e não comer tanto sorvete, em como o bb esta mexendo e dando cambalhotes, em como está o desenvolvimento fetal."

Não que isso tudo não seja importante mas com a cabeça que tenho hoje, tenho mais que certeza que o conhecimento de coisas muito mais profundas são bem mais relevantes para quem não tem ideia do que estar por vir. Acho que uma consulta pré natal tem que ser encarada como uma preparação mensal, um pouquinho de cada vez. Com esclarecimentos sobre procedimentos, medicações, riscos, o que é e o que não é, o que é mais indicado ou não e tudo que aquela indicação envolve.

Lembro que logo que entrei na blogsfera eu não tinha nenhum problema com o meu parto e pensava que eu nunca poderia ir contra o médico, pq ele sabia o que era melhor para mim e para Laís. Hoje não acredito mais nisso. Quem sabe o que é melhor para mim e meu bb sou eu. E é assim que tem que ser... 

Voltando... (falo pra c*&¨¨$)

Sempre que eu falava sobre o parto ele respondia a mesma coisa: "Quando chegar a hora certa a gente conversa sobre isso". Aquilo me dava certa aflição pq nunca gostei de viver na ignorância e não ter planos sobre o que vai/pode acontecer, mas... gravida e de primeira viagem, confesso que tinha medo de contraria o médico e receber um carão. rá!

Então... já que a gente conversa sobre isso na hora certa. Vamos confiar neah?! Ele tinha feito parto de duas amigas bem próximas. Uma muito fresca que teve um PN otimo, mas que estressou ele até a ultima gota. E outra super descolada que queria PN e no fim não pode ser por algum motivo que não lembro. Ele estava com crédito.

Daí que chegaram as consultas quinzenais e logo semanais. Mas não chegaram as conversas sobre o parto. Eu estava tranquila. Tinha tido uma gravidez excepcional, estava com peso bom, pressão boa, cabeça boa, pele lisinha banhada por litros de óleo de amêndoa... não tinha motivo para marcar cesárea e não queria.

Ele passaria a semana do ano novo fora e eu não tinha nenhuma pressa para Laís nascer antes do dia 15, DPP inicial. Até a ultima consulta antes da viagem dele não tínhamos falado nada sobre o parto além do  "Quando chegar a hora certa a gente conversa sobre isso". A única coisa adicionada foi que se qualquer coisa acontecesse enquanto ele estivesse fora, uma médica já estaria pronta para me atender. Ah... e que eu não tinha dieta restrita para as festas, já que no resguardo a coisa fica mais restrita. #mefudi

Para meu desespero de quem não queria bb nascido em época de festas de final de ano, eu passei mal no dia primeiro. Muita dor... na parte de CIMA da barriga. Muita, muita, muita. Liguei para a médica reserva e ela mandou subir pro hospital na hora. :(

Enquanto eu me arrumava eu comecei a vomitar igual louca desvariada como se não houvesse mais amanha. E já cheguei ao hospital sem dor. Quando eu cheguei a medica estava na porta me esperando, já com o centro cirúrgico sendo preparado para me receber (isso ae, teoricamente estava em trabalho de parto e ia para o centro cirúrgico de qualquer jeito, pescou!?!). 

Quando eu ouvi, entrei em panico e falei na-não, pó-parar que Laís não chega hoje não. Depois de explicar o que eu estava sentindo, ou que tinha sentindo (pq parei de sentir rapidinho depois de ouvir aquilo), ela me levou pro consultório para fazer o toque e eu estava sem dilatação e tbm estava sem contração... tinha era comido mais do que devia e o estomago comprimido pelos 9 meses de gestação, não aguentou a barra e colocou tudo para fora. :) #vergonhagorda

Quando ele voltou, finalmente falamos sobre o parto. Eu iria fazer 40 semanas no final daquela primeira semana de janeiro e não demonstrava sinais que iria ter dilatação/contração/sei la o que para conseguir ter parto normal. E ele marcaria o parto para a segunda seguinte, dia 11. Segunda feira a noite, bom para o pai ganhar a semana inteira de licença. Bom para mim que ia conseguir descansar do peso (no final eu fiquei igual uma jamanta)... só não sei onde descansar e recém nascido cabem na mesma frase! Em fim..

Sabe banho de água fria? Foi assim que saí do consultório naquele dia por N motivos. Eu não tinha 1/10 do conhecimento que tenho hoje sobre os beneficio do parto normal e humanizado para a mãe e para o bb, mas queria muito ter a experiencia do parto normal, principalmente pq todo mundo falava que eu não era capaz de tê-lo.

Ouvi a gestação inteira (e antes dela tbm aqui) que eu não ia aguentar a dor do parto e que eu não seria capaz de passar por um PN. Que era frouxa, mole, medrosa, chorona... que era melhor mesmo marcar de uma vez que ia ser mais fácil. :(

Eu queria pq não queria passar por outro pós operatório traumático. Pouco mais de 5 anos antes, eu tinha feito uma cirurgia bem parecida com uma cesárea para tirar uma trompa e um ovário depois de uma hemorragia decorrente de cistos e tive um pós operatório terrível, com dores alucinantes, sem conseguir andar por causa do pontos, inflamação, ponto minando água e a lembrança daquele centro cirúrgico gelado.

E dia 11 era aniversário do meu irmão (por parte de pai). E por birrice minha, eu não queria que Laís nascesse no dia de outra pessoa.

Banho de água fria foi pouco para descrever como desci a serra naquele dia. Um caminhão de gelo caiu sobre o meu banco do carro e depois sobre a minha cadeira do trabalho.

***
Continua...

4 comentários:

  1. Ai pra que matar a gente com tanta curiosidade?????? Kkkkkk

    Como sou sua amiga, e vc me entende, te digo: seu médico fodao tinha tudo pro sobrenome dele ser cesarista viu!! Mas não tinha como saber né? Eu não saberia antes.
    Que bom que a gente aprende!

    Muita gente disse pra mim, que eu não aguentaria um PN, uma amiga sonhou que eu até morria no parto (detalhe que ela tem 3 cesareas eletivas) sempre com o mesmo discurso, que eu era muito mole, chorona, meiga...(oi?)

    Curiosa pra saber mais!
    Beijokas

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  2. vc contando e eu me lembrando da minha época, lembrando da dita cuja da obstetra cretina que fez meu pré natal e não me deu a chance de viver como gestante dentro daquele consultório, das vezes que a vó (do Filipe) ia calma e sorrateira tentar me alertar do quanto o PN era terrível e que a dor da morte era a palavra certa rsrsrs (posso falar ? eu achei mesmo) e posso falar um pouquinho mais ? não saiu nenhum coraçãozinho dos meus olhos depois de + ou - 9 horas em trabalho de parto e a tal dor da morte .... acho que vou refazer meu post sobre este assunto rsrsrs

    beijos amiga linda

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  3. ai, estou sofrendo por vc.....

    eu tive uma cesárea eletiva bem da burra mesmo (ignorância, fazer o quê?? eu ignorava um monte de coisas...) e fui bem feliz na minha escolha. Hoje não faria uma cesárea eletiva nem a pau, não farei, é óbvio, mas fico com dó de quem passou por uma cesárea sem querer....

    como alguém vai para o centro cirúrgico sem querer??? Que dó!!!!

    Vou ler a outra parte....

    Beijos!

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  4. Oii Martha!! estou lendo seus relatos de parto pra aprender um pouquinho e me preparar, pois logo logo sou eu na sala de parto :)
    adorei seu blog!

    Bjo Bjo

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