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08 março 2012

O outro lado


No outro post eu estava um tanto quanto enfurecida. Dia ruim, coisas ruins, sentimentos ruins. Escrita, quase, pesada.  Não gosto de escrever assim. Normalmente deixo a onda passar.  Penso, escrevo, leio e penso de novo. O blog serve para meu registro. Registro do desenvolvimento da Laís, das gracinhas dela e da minha percepção e entendimento disso tudo. Mas, ultimamente, tem sido um espaço mais para falar coisas minhas em relação a ela do que para falar dela propriamente. E, até já disse aqui, as vezes leio o blog e parece que ele só tem três assuntos: cama compartilhada, amamentação e alimentação!!! Em fim...

Daí eu pensei no que havia escrito. Li. Reli. E senti nele uma mão pesada demais, quase com o mesmo preconceito do qual eu estava reclamando. Não mudei de idéia em relação a nada daquilo, nem sinto diferente ou vivo diferente. Só que tudo tem dois lados e se colocar no lado do outro, enxergar com os olhos dos outros é um ótimo exercício de reflexão.

Sou uma pessoa que não foi um bebe amamentado, minha mãe teve um mastite séria assim que nasci e teve que colocar até dreno para o pus que saia das peitcholas. Com a minha irmã, ela optou por não amamentar e pronto. Sou infeliz e traumatizada por isso? Não! (na verdade nem lembrava disso.. e duvido que Laís lembre disso quando crescer) Minha irmã é traumatizada? Não (ela até é um pouco afetada.. mas relação nenhuma, eu acho! Hehe)

O que quero dizer com isso é que as pessoas vivem a sua realidade... e mais, vivem a sua realidade possível naquele momento. Essa é a minha realidade pq eu lutei muito para que isso acontecesse... mas sei que tem gente que tenta e não consegue. O medo de estar fazendo errado, o medo de estar deixando com fome, medo de ver aquele bebezico chorando e ficar confusa sobre insistir numa coisa que vc não sabe se vai da certo, coisa que muitas vezes vc não tem orientação.. e que o Ministério da Saúde divulga como sendo um mundo perfeito, comercial de margarina, onde a criança nasce, o leite desce e tudo se dá da forma mais fácil do mundo... daí perceber que não é bem assim!!!  Não julgo quem não consegue!!

Não julgo também que não quer. Não concordo, mas não julgo. Aprendi a não julgar em qualquer situação, por um simples motivo: agente não sabe qual é a realidade do outro. E levo isso bem a sério.

O engraçado é que eu dei varias chuquinhas de NAM para Laís na primeira semana.. e nossa historia quase foi totalmente diferente. Mas eu insisti em não dar NAN na minha volta ao trabalho, eu senti ciúmes quando entramos na fase das papinhas, eu era o único alimento dela. Dois momentos diferentes, com as mesmas pessoas, em que as decisões, ações e resultados foram completamente diferentes... 

Esse, como alguns outros assuntos na blogsfera e na “vida real”, é um assunto polêmico. Mas a polêmica se resolve e se esclarece com respeito. Em eu respeitar que não conseguiu, quem não quis, quem amamentou menos de um ano.. quem seguiu por mais algum tempo... E entender que somos diferentes!!!

E respeito, sem esperar que façam de volta. Não que eu não fique irada com isso (vide o ultimo post), mas o mínimo que posso fazer é a minha parte. Quem estiver próximo a mim eu vou dividir minha historia, quem estiver passando por essa fase eu vou indicar produtos, leituras.. o que eu souber.  Quem tiver opinião diferente da minha, eu vou respeitar e me recolher aminha realidade. Isso é viver em sociedade.

Sei que ninguém pode ter percebido isso.. mas eu percebi. E se ofendi alguém. Desculpe!

4 comentários:

  1. A mim não!
    Eu te admiro, isso sim!

    Beijos

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  2. Martha, só li agora seu outro texto, e sinceramente acho que vc tem toda razão em ficar irritada com esse tipo de comentário. Pra começar, cada um que cuide da sua vida! Depois, vc só está fazendo bem a Lais e a vc mesma, porque toda essa implicância afinal???
    E por fim, se vc acha que chegou a hora de desmamarem, só posso desejar boa sorte para vcs, que o desmame é como romper um segundo cordão umbilical, e acho que dói mais na gente que neles...
    Beijo querida!

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  3. Só li agora que outro texto, aquele forum do MMqD foi inspirado em um post que eu fiz. E por um lado eu te entendo.

    Eu também não concordo com mães que simplesmente não querem amamentar, mas tento respeitar, julgo sim e acredito que nós humanos sempre julgamos mesmo não querendo julgar, faz parte, o que temos de exercitar é ver além do julgamento, tentar ver a história da pessoa, seus porques, cada um tem seus motivos por mais fúteis que sejam.

    A amamentação prolongada eu tenho acreditado que é a parte mais difícil da amamentação depois de toda a adaptação.
    Aqui realmente entramos em uma fase complicada: para mim.
    Meus peitos estão machucados e dói um pouco para amamentar, tenho passado o dia fora e a Beatriz só mama para dormir quando chego em casa, e eu sinto que o desmame se aproxima.

    E eu me sinto culpada, e já sinto saudades.

    Enfim.
    Fique tranquila, você sabe o que faz, o que é bom para vocês1

    Beijos

    www.parabeatriz.com

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  4. oi martha,
    tem tempo que quero voltar no seu blog, ler um monte, comentar, mas cadê o tempo, este lindo?

    pois bem hoje tem resposta para seu comentário lá no post e copio aqui para facilitar sua vida...

    beijoca e prometo que volto mais tarde... pois amamnetação prolongada x desmame muito me interessa, vamos trocar umas dicas... se puder me indica uns posts seus sobre o assunto, tá?

    resposta:
    @martha: eu já estive nessa fase de achar que informação e empoderamento não eram suficientes. até de duvidar das minhas próprias possibilidades. li os relatos de anne e achei que no final eu pediria penico também, mas hoje talvez eu tivesse mais força para remar contra a maré, sabendo o paraíso que me aguarda depois das braçadas.

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