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24 outubro 2011

Sobre trabalho, "Terceirização" e a saudade que sinto..

Na semana passada, a Mari, mão polvo, fez dois posts que falavam sobre a terceirização dos pequenos. Posts que me fizeram pensar, pensar muito (coisas que essa blogsfera sempre faz)

O assunto é polêmico e eu normalmente não trato assuntos polêmicos aqui. Não pq fuja de polêmicas, muito pelo contrario, até gosto delas. Acho q não me sinto tão gabaritada quanto outras mãe blogueiras para tratar de determinados assuntos. Nunca falei desses assuntos de trabalho e os cuidados de Laís pq não me sentia a vontade...

Mas... Sabe aqueles momentos que vc precisa colocar para fora se não sufoca... esse é meu espaço para isso.. e de repente ajudo alguem a avançar ou pelo menos entender uma, das diversas realidades que existem.

Ontem, na hora de dormir eu comecei a conversar com Laís (eu sempre faço isso para tentar diminuir o ritmo dela e nunca consigo!) .. daí fui começando a falar que, hoje, eu iria trabalhar, mas que logo estaria em casa para brincar com ela.. e tal.. mas nem consegui terminar a frase. Ela começou a balançar o dedinho em negativa dizendo: Trabaila, não mamãe! Trabaila, não! Trabaila, não mamãe! Trabaila, não! Mamãe vai ficar tomigo... tomigo, viu!.. vai mamãe, ficar tomigo?? vai?
...
O que eu respondo? Não sei.. Não posso simplesmente dizer que não vou trabalhar e que vou ficar com ela, pq não é isso que vai acontecer. E não tive coragem de dizer que ia mais que voltava e todo o discurso que deve ser feito para que ela entenda que não estou abandonando ela e tal.. não tive forças para isso.

Laís fica com minha mãe e meu pai... fica muito bem (apesar de atrapalhar muito o funcionamento das coisas lá rsrs) Minha mãe diz que ela chora e reclama minha falta por causa do peito.. mas não se se é só por isso!!.. Em fim.. Ano que vem minha mãe não deve poder continuar com ela, aí ela deve ir para a escolinha integral. E isso tudo é muito claro na minha cabeça e normalmente não tenho grandes neuras com isso... Mas ultimamente essa distancia esta me matando.

Não posso fazer muita coisa em relação a isso. Como disse lá na Mari, parar de trabalhar não fazer com que agente passe necessidades, mas vai muito contra tudo que acredito e nunca foi uma coisa cogitada (a não ser que meu marido ganhasse por mim, por ele e mais um bom tanto..  ou que ganhássemos na loteria). Fora que não sei se daria conta de cuidar da casa, de Laís, do marido, de mim e ainda tentar um home office... na verdade tenho certeza que não daria conta.

Acho que toda essa confusão na minha cabeça esta acentuada por alguns acontecimentos e da minha satisfação que esta um pouco longe de me deixar feliz. Aí chego no trabalho, com mil e uma às vezes um milhão e uma coisas para fazer.. e só consigo pensar em Laís.. nas coisas dela e para ela... juro que as vezes chega a doer é normal isso? de tanta saudade. 

Não sei se clareou alguma coisa para alguem... ou se falei alguma coisa com sentido.. mas!!!

Sobre a terceirização... acho q virou polêmica pq a palavra está associada aquelas mães que "delgam" a criação dos pequenos as babás e as avós.. eu conheço casos assim, onde a mãe nem sabia por qual motivo o filho (bebe) chorava a noite, só quando a babá falava pela manhã.. e isso se a babá quisesse falar, se não passava batido. O que não acho q seja o caso da grande maioria que, apesar de trabalhar em horário comercial e o filho ficar com babá/avó/creche, consegue exercer uma maternidade ativa. Mães que se desdobram para controlar a alimentação, remédios e até as brincadeiras e o que as crianças assistem na TV.. e ainda dão conta de cobranças de chefes e prazos, contas que pipocam, casas que não se limpam sozinhas e maridos, que continuam maridos e precisam de atenção.

Acho o termo um pouco forte e injusto.... se olhar para essa descrição.. será certo dizer que eu terceirizo minha pequena? Sei lá.. não sei desses termos.. acho q no fim é só mais um de muiiiiiiitos que ficam na moda durante um tempo.

Vejo na rede muitas realidades completamente diferentes uma da outra e percebo que cada um "rebola" como pode, para fazer o melhor que pode na sua realidade. Imagino o quanto rebole para dar conta de tudo, uma mãe que fica fica em casa com o pequeno.. e tem q dar conta das contas, dos afazeres.. da educação.. e de mil e uma coisas... e não acho que ela seja limitada ou menos que eu por isso.. nem que fique de bobeira e de pernas para cima... mas tbm não acho que eu terceirize minha pequena.. muito pelo contrario.. fico aqui.. sentindo falta do cheirinho e da convivência com ela o dia todo!!! 

11 comentários:

  1. Ai amiga...Enquanto eu busco palavras pra falar sobre esse assunto lá no blog, me deparo com seu post... Palavras ditas com o coração.

    Tenho muito receio desse termo terceirização, pois existe casos e casos. Vc sabe que nossa realidade é tão igual ou parecida.
    Nem sei o que te dizer pra aliviar seu coração. Sei bem como se sente, sei da sua angustia. Sei como é dificil conciliar tudo e agradar a todos.

    Só posso dizer q com o tempo as coisas de ajustam, e cada coisa vai acontecer do jeito que tiver q ser.

    Curta cada minuto que vc puder ao lado de sua pequena. E vai dizendo a ela que vc estará sempre com ela, nos momentos que ela mais precisar, que vc jamais a abandonará. Olhe que ela entende e ela vai te surpreender.

    Fica na PAz...e conte comigo! Sempre.

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  2. Nossa, minha Laura fica com minha mãe tb mas nem por um segundo ela está terceirizada por isso. Sei o que ela almoçou e quanto, os lanchinhos, se dormiu ou não e à noite, me casa sou 100% Laura.
    Eu trabalho foira mas sou mãe em tempo integral com certeza. E com a consciência tranquila.

    E tenho certeza que vc tb.

    Bjão.

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  3. Eu concordo com vc que terceirização é uma palavra bem forte, cada casa tem uma estrutura, uma realidade e família se adequa de forma com convém!
    Eu acho que até existe terceirização, na minha família mesmo já ouvi mãe falando que queria colocar a criança na creche pq tava muito cansada e precisa descansar, ou trabalhar! Isso eu vejo como delegar a outrem o "peso" da criação!
    Não acredito que seja regra de toda mãe que trabalha fora não!

    Beijos

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  4. Marta
    eu entendo como "terceirizacao" voce delegar todas as atividades relacionadas ao desenvolvimento do seu filho para uma outra pessoa, seja ela baba, avós, etc. No meu caso por exemplo eu tive que terceirizar a criacao do Serginho porque trabalhava numa cidade, morava em outra e estudava em uma terceira, ou seja, o máximo que eu conseguia acompanhar da vida dele era via telefone. Ainda que tinha uma super ajuda da minha mae e quem era a babá dele na época era a minha irma. Decidi que nunca mais teria filho se fosse para cria-lo desse jeito. E hj em dia sou extremamente feliz por nao trabalhar e poder participar integralmente da vida da Mariana.
    Porém sou bem sincera, nao largaria meu antigo emprego se a situacao de ter a Mariana tive ocorrido no Brasil e nao aqui em Viena. Por inumeros fatores. Primeiramente pela questao financeira: aqui estamos numa condicao extremamente privilegiada de expatriados com casa, agua, luz, telefone e demais despesas de moradia pagas, escola do Serginho (lembrando que é escola internacional de nível altíssimo e caríssima) tb paga, kindergarten da Mariana tb pago, carro e despesas de locomocao pagas e muito mais. Ou seja, nao nos faz falta o fato de eu nao ter renda. No Brasil a coisa é bem mais apertada, para nós e para a maioria do povo, né.
    Outra questao seria a profissional: eu sempre fui muito workaholic, simplesmente nao conseguiria largar mao do minha vida sem ficar me culpando eternamente.
    A última: a pressao de que a mulher tem que trabalhar e ajudar em casa. Tenho certeza que a maioria das pessoas acha estranho uma mulher em condicoes de trabalhar fora resolva por livre e espontanea vontade ficar em casa e cuidar dos filhos. Aqui nao sofro essa pressao porque todas as mulheres que conheco optam por ficar em casa mesmo qdo tem oportunidade de trabalhar fora ( a nao ser que seja por uma questao extremamente financeira).
    Ou seja, essa decisao nao é nem um pouco fácil e é muito particular.
    Desejo que vc encontre um ponto de equilibrio, pois ele há de existir, e depois volte para nos contar.
    Bjs e forca
    Lu

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  5. Ola!! Adorei seu post!

    As coisas se ajustam, isso é certeza!

    mas com certeza é bem dificil!

    Força amiga!

    Beijos

    Talitah

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  6. Oi, querida!
    Acabei de conhecer e seu blog e amei!
    Quer relato mais sincero e cheio de amor!
    Não se preocupe que só pela forma que vc descreveu sua preocupação e relação com sua filha, tenha certeza que vc não está terceirizando a criação dela. Mãe presente é aquela que conhece os filhos, tem intimidade com eles e aproveita o tempo que estão juntos com qualidade. E isso tenho certeza que vc já faz.
    Não se sinta culpada por ter que trabalhar, todas nós passamos por isso... dói mas é necessário. Para nós filhotes, para nós e até para a qualidade do relacionamento que temos com nosso marido.
    Força que tudo vai dar certo!
    Dê muitos beijos na sua pequena, saia para trabalhar linda e bela...
    Beijos!
    Ingrid
    http://www.maravilhosomundodasmaes.blogspot.com/

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  7. Oi, Martha!
    Chegeui meio atrasada por aqui, porque fiquei off do blog por conta do trabalho, aiai

    Gostei muito do que você escreveu, e pensamos muito parecido sobre isso. Eu não gosto muito dessa balela toda de terceirização, quando essa palavra é generalizada a todas as famílias que contam com outras pessoas para ajudar no cuidado com os filhos.

    Como vc disse, as famílias que realmente terceirizam não são a maioria. Creio que a maioria de nós está sim preocuada com a criação e desenvolvimento de sua cria, mesmo que não fique com ela todo o tempo.

    Eu tb não acredito que as que se chamam de mães full time realmente o sejam...quem já ficou em casa por um período com o filho sabe que isso não existe. Se botar na ponta do lápis a mãe full time passa tanto tempo focada no próprio filho quanto uma que trabalha , pois mesmo em casa há tantos afazeres quanto no trabalho externo. Se não mais.

    Eu tb morro de saudades da Ísis no trabalho, ela tb reclama a minha ausência e eu não amamento há um bom tempo. Essa de que ela sente sua falta só por causa do peito não é verdade, não creio nisso, pois se assim fosse a Ísis não sentiria a minha, né?

    Eu costumava dizer logo depois que a Ísis nasceu que eu nunca mais me sentiria completa, pois uma parte minha estava fora de mim...continua sendo assim.

    Beijos,
    Nine

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  8. Nossa... é aquele velho dilema de ficar em casa pensando no trabalho e no trabalho pensando em casa. O ideal seria ter o meio-termo, ou trabalhar menos, mas isso tbm nem sempre é possível. Ninguém é melhor ou pior POR trabalhar. Isso se mede por outros fatores, não (só) por causa disso.

    Posso falar? Acho que muita mãe que não trabalha sente tanta frustração que tenta descontar nas outras que o fazem, com essa história de terceirização e delegar a educação pros outros e tal.

    Já deletei uma (famosa) blogueira da minha lista porque um dia ela disse que "não sabia ser mãe de meia hora de manhã e meia hora à noite". Respeito a opinião dela, mas não concordo, então parei de ler. Cada um, cada um. Ela escreve o que quiser, eu leio o que quiser.

    Nossa, desabafei tbm!

    beeijos
    Laís

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  9. gostei muito do seu blog e concordo com algumas coisas que vc escreve...sobre essa saudade....dói mesmo...e muito!

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  10. Amiga querida, realmente assunto polemico este (mas não para mim) ... compreendo a saudade que vc sente (esta que chega a doer) pq tb sinto ... compreendo o que vc falou sobre colocar a piquena na escolinha (tb tomei a mesma decisão, acredito que pelos mesmos motivos), como eu já disse lá no meu cantinho, as vezes eu vejo a minha Isa quando ela passa pelo banheiro para me dar um beijo (somente este é o nosso momento juntas) massss esta é a nossa vida (a minha a dela e a do maridão) é a nossa realidade momentanea (e quando estou com ela eu supro todas as necessidades/ tempo que perdemos longe .... não importa o quanto estamos longe e sim a qualidade que temos quando estamos juntos ..... sabe um dia a Pri (amiga minha de blog) me disse assim que a pedi do Flávio filhote dela disse para ela .... não se culpe tanto foi o Flavio que te escolheu como mãe então ele entende TUDO .... eu acho que isto seja verdade ....

    sei lá tb estou confusa né !!! mas é isto amiga, a lais te ama e te entende !!!! assim como a minha Isa me ama e me entende !!!

    beijos e beijos

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  11. Assunto difícil, né, Martha?
    Eu acho que em um mundo perfeito a licença maternidade seria de pelo menos um ano e as mães poderiam se dar ao luxo de trabalhar apenas meio período para não abrir mão de salário e profissão, mas também de curtir a infância dos filhos mais de perto.
    É complicado.
    Não me arrependo de ter diminuído o meu trabalho e ficado em home office para curtir a pequena e todas as suas fases. Mas a nossa conta está no vermelho esse tempo todo e não há previsão de melhora. Tudo tem um preço.
    Ainda assim, eu pago o preço para estar com ela.
    A vida é assim, feita de escolhas. Infelizmente nem tudo é perfeito, não é mesmo?
    Beijos.

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