Menu

23 setembro 2014

Parto do principio

Nesses 4 anos de blog, poucas vezes eu falei sobre parto aqui. Fiz o relato detalhado do parto de Laís, quase 3 anos depois do nascimento dela. O que foi bom para eu enxergar com outros olhos a experiência de acompanhamento pré-natal e parto.

Depois de tanto tempo na blogsfera eu não teria como enxergar com os mesmos olhos.

Quando comecei a ler os blogs maternos, lia vez ou outra sobre a busca pelo parto normal e aí começava meu primeiro estranhamento e pré conceito. Como se tem que lutar por uma coisa que é normal?! Não fazia sentido para mim. Achava que era tudo balela... coisa de índia ativista.

Aí a primeira amiga blogueira teve seu parto domiciliar... Não era alguem que eu achasse índia, nem fútil (daquelas que correm atrás da modinha) e aquilo me fez pensar... ela me passou links e eu já não lia mais só o que chegava a mim. Eu passei a ter mais curiosidade sobre isso. Mas era uma realidade muito distante da minha ainda.

Aí outra engravidou... e passou a “bombardear” de informação. Informação que confesso, me incomodava (não no sentindo ruim de incomodar, no sentido de mexer)... e eu pensava: “isso não é para mim!! É outra realidade!!”

Só que a informação continuava chegando e chegando e me emocionando e mexendo comigo.

Mas eu não tinha nada a ver com isso.. até que comecei a tentar engravidar.

E já não conseguia marcar qualquer GO, simplesmente pq não conseguia. Acho que desconfiava de tudo que me diziam. Comecei a olhar torto quando ouvia sobre a marcação da data de um nascimento... Mas o que eu tinha a ver com aquilo??? Cada um sabe de si, do seu corpo e das suas necessidades. Ou não.. será que a gente não sabe?!

Engravidei.. e fiquei “sem medico” ainda.. Perdi o bebe e fui “acolhida” por uma GO.. que me confortou e me deu muitas informações. Meu deu conforto para seguir em frente e a mão para me apoiar... até que engravidei sem nenhum espaço depois do aborto...

E a GO acolhedora virou a GO doida. 

Não atendia telefone e não ia as consultas.. ria "de fratura exposta" e na primeira consulta do pré natal avisou que não faria o parto se eu não pagasse e nem nas festas de final de ano, pq a equipe dela estaria de recesso. Fui duas vezes. Era GO do hospital do plano.

Paralelo a isso e comecei a pesquisar sobre Parto no Rio. E aquilo estava tão distante da minha realidade. Pagar caro nas consultas (entre 200 e 400 reais), pagar caro nos partos (pelas minhas pesquisas 10 a 15 mil) ou ir para o SUS e correr o risco alto de violência e tudo mais que o SUS nos brinda em sua fama. Não era para mim, eu não teria essa grana nem essa força toda para lutar pelo VBAC, pelo PNH. Deixei de lado. Queria alguém que estivesse ali para me dar suporte, para esperar meu TP e o resto, não fazia diferença. 

Procurei pela lista do plano e consegui outro GO, acho que estava com umas 14 semanas. Fui na sorte, em um que era homeopata tbm. Tenho pavor de remédio, era o que eu precisava... ele teria outra mente. 

Na primeira consulta dei o nome dele... GO ressecado (pq o fofifnho de Laís, era fofo, mais seco. Esse era mais que seco, era ressecado). Ele foi calmo, seco, quase frio. Ouviu toda minha historia, não viu problema na data do parto e não falou mais detalhes sobre isso. 

Só que eu estava passando muito mal, vários dias.. e em nenhum consegui contato com ele. Ele não atende o celular e eu não estava acostumada ou pronta para isso. Foi meu primeiro sinal de alerta... um alerta fútil para as ativistas (rs) mais importante para mim. 

Num dia de susto com a pressão ele foi um fofo e garantiu minha presença na próxima consulta. 

Paralelo eu não pesquisava nada sobre parir no Rio.. mas a informação sempre chegava em mim e me incomodava. Eu continuava com o pensamento que minha única exigência era entrar em TP... o resto não faria diferença. 

Mais uma consulta... horas esperando, consulta superficial e fria, exame de toque com 22 semanas.. saí de lá cuspindo fogo. Ia pro meu GO fofinho, mesmo que tivesse que pagar.. Mas antes resolvi ir na maternidade, minha única opção naquela região, para me certificar que pelo menos teria o atendimento que acho digno pro bebe. 

Me senti numa prisão. Agoniada e angustiada. Bebe teria que ficar obrigatoriamente no berçário por 2h ou mais para procedimentos de rotina (alguém já viu aquele vídeo angustiante do 1º banho do bebe?), “pq nascem todos ao mesmo tempo, né?!” e por fim, Laís não poderia nem nos visitar na maternidade. 

Saí de lá chorando. Até minhas poucas “exigências” para esse parto, foram tomadas de mim. E eu não sabia por onde recomeçar. Estava decidida. Mas estava sem GO e sem maternidade. 

Quando recomecei minha busca por um GO não conseguia olhar com os mesmos olhos, não conseguia seguir os antigos parâmetros, simplesmente não consigo ainda. 

Comecei a buscar uma maternidade em que eu tivesse chance de ser mais respeitada. De garantir o primeiro banho do bebe pela família, a visita da minha filha e, talvez, a chance de parir normal. 

E achei. Ou pensei que tinha achado. A partir daí começou a busca por um GO que atendesse lá. 

Pedi indicação num grupo do face que não tem relação com gestação ou qualquer coisa sobre o assunto. Um grupo que indica serviços no Rio. 

Por ali já percebi o quanto seria difícil. Recebi umas 12 indicações. E uma pergunta inquietante: qual seria o tipo do parto que eu buscava?

3 comentários:

  1. Puxa vida, querida, que difícil...
    e o parto domiciliar, não te agrada de alguma forma???

    Entre em contato comigo se precisar conversar.

    Beijos grandes!

    ResponderExcluir
  2. Dani, parto domiciliar envolve um milhão de questões que acho que não to pronta para elas.. Dinheiro, estrutura, apoio...

    De alguma forma, vamos resolver!!! srsrs

    To aqui torcendo pelo seu VBAC, viu!!!!

    Bj grande

    ResponderExcluir
  3. Te digo isso todos os dias ... Vc é incrível e fará o melhor por vcs, não tenho dúvidas.

    ResponderExcluir

Adoro comentários!