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06 outubro 2015

O plano infalível.. ou quase

Antes de Laís nascer eu era a tipica feminista que foi criada para ser independente, trabalhar fora, me sustentar e não dar satisfação para ninguém. Demorei a engravidar (considerando que casei com 19 anos e só engravidei com 24), pq estava esperando terminar a faculdade e me estabilizar no emprego.

Pronto... Engravidei e fudeu-se tudo!!!

Sofrimento TODOS os dias para sair de casa. Mesmo quando ela nem me via, mesmo quando ela me via e me dava tchau, mesmo quando sabia que aquele dia seria ótimo no trabalho e eu ia fazer algo muito produtivo, que ia me sentir realizada. Eu não me sentia.

Por diversos fatores: Eu não estava completa e sentia uma pulga me picando, me avisando que alguma coisa não estava funcionando bem, e não estava. Eu fazia um trabalho que gostava, mas num clima de merda. Eu não me sentia estimulada ou era desenvolvida. Muito pelo contrário, por muitas vezes as minhas características que foram determinantes para que eu chagasse até ali, eram o que mais me ferrava. Eu queria ação e movimento, queria novidade e desenvolvimento. As pessoas queriam que eu ficasse quieta na minha... Ah.. e que chegasse no horário, o que nunca foi meu forte, confesso!

Daí, caramba...tem alguma coisa errada. Eu saia de casa pela manha com a sensação que estava fazendo a coisa errada, pelo motivos errados e com as consequências que eu teria que assumir. E fazia isso basicamente por conta de salario. (O que não faz sentido nenhum na minha cabeça!)

Por anos eu matutei o que eu faria. Por anos eu sofri pela manha, sofri aos domingos quando ouvia a musica do fantástico. Na verdade meu sofrimento começava na sexta quando passava a propaganda e eu xingava: Poham, nem bem o fds tinha começado e a tv já anunciava seu fim... Muitas noites eu não dormia, pq não queria ter que acordar e sair. E isso é o pior sentimento do mundo. Dinheiro nenhum compensa isso.

Mas sou cRasse média, né?! Preciso pagar as prestações, as contas (que só aumentam) e as dividas que se assume para se ter padrão cRasse média. E claro, precisava me compensar e, principalmente, compensar Laís por todo esse sofrimento. Já que o trabalho era pelo dinheiro: Bora gastar... e lá vinham mais contas e mais necessidade do salario.

Eu não via nenhuma perspectiva de mudança. NENHUMA. Na minha realidade as pessoas "dariam tudo" para estar no meu lugar, com um emprego, uma estabilidade falsa e um salario no final do mês.

Só que um dia, zapeando (o blogger e zapear pela internet eram meu suspiro  de vida)... Daí que zapeando achei uma moça que contava como tinha mudado sua vida. Como era antes, o que aconteceu e como ela escolheu sua vida. Pensei: Claro, né?! Olha a realidade dela, olha a minha.

Mas a moça era bacana e escrevia com uma propriedade daquilo que ela estava contando, que convencia. Que fazia pensar, fazia a pulga ficar atiçada.

Nessa mesma época, um pouco antes ou depois, não lembro. Eu conversava muito com uma amiga querida AND blogueira, sobre todos esses sentimentos. Apelidamos nossas conversar de: Assuntos sobre o horário comercial. Que era para ninguém saber o quanto aquilo nos fazia sofrer. Nosso apelido, dava ar de corporativo àquele assunto que era o extremo oposto.

Algum tempo depois, ela escolheu mudar a vida dela e aquilo mexeu comigo. Ela tinha os motivos dela e eu sabia. E ela estava lá - guardadas as devidas proporções - naquele lugar onde qualquer pessoa "daria tudo para estar". Onde teoricamente ninguém iria querer deixar para trás, mas ela assumiu a vida dela e deixou.

Se eu tinha tido a pulga atiçada antes, agora minha pulga interior dava salto mortal carpado.

Isso tudo ao mesmo tempo em que a vontade de ter outro bebe crescia e a vida ficava cada vez mais difícil no horário comercial.

Eu tinha verdadeiras batalhas interiores. Muitas eu registrei aqui no blog. Mas eu tinha uma certeza (que não era certeza porra nenhuma): Eu ia mudar minha vida. Ou ao menos precisava.

Quando o bichinho do segundinho veio com força total, ele veio com outros fatores que me fizeram ver uma luz no fim do túnel. Eu poderia arriscar e teria um tempo para reorganizar a vida durante 1 ano de licença + Auxilio...

Convencer marido disso foi outra batalha. Não é o tipo de decisão facil.. que é tomada assim no impulso. Não temos berço de ouro e somos nós que seguramos as nossas barras, ou seja. A "responsabilidade de prover" ia ficar maior.

Marido aceitou, entramos juntos e de cabeça nesse projeto de começar a mudar nossa vida. Reestruturar os gastos, as contas, a rotina... A escolha da escola de Laís foi parte dessa decisão. Começamos meio a que a viver em contagem regressiva...

Mas a vida nunca é tão simples assim... Ganhei um combo aborto + briga no trabalho + nova gravidez + todos os problemas de uma gravidez que se tornou de risco + bebe prematuro e pós operatório difícil... No tempo que eu deveria estar aproveitando, eu estava me recuperando fisicamente. Depois precisava me recuperar psicologicamente do susto e de todo resto...

A cabeça não parava de funcionar.. dia e noite eu pensava no que poderia fazer, em como seria e se realmente aquilo poderia se tornar realidade.

Um dia (ou noite) algum postou no Face sobre um Congresso on line gratuito que iria acontecer sobre Mães Empreendedoras. Me cadastrei pensando: Quem sabe?! No fds anterior ao congresso eu passei uma noite inteira acordada formulando um plano na minha cabeça. Que virou mais que um plano, me atiçou tanto, que precisei levantar e colocar no papel. Naquele momento eu já tinha a ideia, o(s) produto(s), o nome... e não conseguia desligar... ficava matutanto, elaborando, planejando... A faculdade de administração tinha que servir para alguma coisa... rá!!!

A semana do congresso foi daquelas semanas do carai, sabe?! Não conseguia me coçar. Não conseguia respirar pq tive mil compromissos ou afazeres (ou tinha alguem chorando ou me gritando)... Mas eu assisti a uma unica palestra e daquela palestra eu decidi que queria que aquelas pessoas me ajudassem a dar um primeiro passo. Queria entender o que tinha pela frente e como eu tinha que me preparar para tudo aquilo. 

Caio estava com 3 meses, faltava menos de 3 meses para o fim do combo licença + ferias e eu tinha certeza (ou quase) que eu não ia voltar para minha rotina antiga.

Um comentário:

  1. Olá! Tudo bom?
    Sempre lei o seu blog e, confesso, nunca ter ficado tão ansiosa pelo próximo post! rsrs
    Beijos!!!

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